FESTA DO AVANTE
A mais bela Festa do mundo
Tendo-me sido solicitado que escrevesse uma crónica sobre a Festa do Avante, dei comigo a recordar a minha primeira Festa do Avante. Não sendo os meus pais militantes ou simpatizantes do PCP, apenas em 1984 fui à minha primeira festa. Os tempos eram outros, e foi a muito custo que os meus pais acederam a que eu fosse à Festa do Avante e que acampasse na mesma.
Resolvidas as autorizações paternais, na quinta-feira de manhã lá sai da Cruz de Pau, na companhia do Luis e do Augusto, dois amigos daqueles que já não se fazem, e fui para o Alto da Ajuda, sem saber muito bem o que iria ser a Festa do Avante, e muito menos compreendendo a razão pela qual íamos na quinta-feira, quando a Festa só começava na sexta-feira.
Chegados ao Alto da Ajuda fiquei espantado com as centenas de pessoas que diligenciavam os últimos acabamentos da sua festa, sendo que muitas delas tinham dado parte substancial das suas Férias para a construção da Festa. Para essas pessoas a Festa há muito que tinha começado! Mas o que mais me impressionou foi que todos trabalhavam com uma alegria que era contagiante, de tal modo que passado pouco tempo, mesmo sem ser militante do PCP, já eu estava também a trabalhar no acabamento da Festa. A integração foi tão rápida que passado pouco tempo já tinha turnos de trabalho para a Cidade da Juventude nos dias da Festa. A azáfama da quinta-feira foi tanta, que só na sexta-feira tive tempo para visitar a festa. Fiquei maravilhado com a mesma, como era possível num único espaço haver tanta coisa diferente: A Cidade da Juventude, os espaços das Organizações – lembro-me que o espaço de Lisboa tinha uma réplica quase real do Edifício Vitória e o do Porto uma réplica de um Barco Rabelo onde iria funcionar como Bar/Discoteca –, a Cidade Internacional, o Palco 25 de Abril, o Auditório 1.º de Maio e tantos outros. A minha única preocupação era como é que conseguiria ver tudo em apenas 3 dias… Lembro-me que durante esses 3 dias mal dormi… Lembro-me dos espectáculos, os turnos de trabalho, as exposições políticas, o convívio constante que se prolongava da Festa para o acampamento.
A alegria de todos era uma constante. No Domingo à tarde, assisti ao meu primeiro comício e vibrei com a convicção que via naquela imensa multidão!
Na Segunda-Feira vi-me embora com a tristeza de não ter conseguido ver tudo aquilo que queria ver, mas a verdade é que era impossível conseguir estar em todo o lado e em todo lado havia algo para ver e descobrir... Foram 3 dias mágicos, que nunca esquecerei, pois neles descobri a camaradagem e a fraternidade que une os comunistas.
Uma camaradagem e fraternidade que faz os comunistas lutarem por um mundo diferente, um mundo em que os homens serão iguais e não haverá a exploração desenfreada que caracteriza a sociedade em que vivemos.
Pouco tempo depois da minha 1.ª Festa do Avante, entrei para militante da JCP e do PCP, partido em que tenho a honra de continuar a ser militante.
É claro que desde então não faltei a mais nenhuma Festa do Avante, todas diferentes no conteúdo, mas todas iguais na camaradagem, na fraternidade e na alegria.
É por isso tudo isto que não tenho dúvidas em afirmar que a Festa do Avante é a mais bela Festa do mundo, e por isso convido todos a visitá-la e a descobrirem a mesma.
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