sábado, 7 de janeiro de 2012

NA POLITICA NÃO VALE TUDO…

Em Abril de 2010, um semanário local publicava em primeira página uma notícia com o título “Paulo Cunha processa Paulo Silva”. Confesso que fiquei surpreendido pela notícia, não tanto pelo seu conteúdo, mas mais porque esse semanário não tinha sequer me contactado para saber a minha versão sobre os factos, ouvindo apenas a versão da outra parte. Aprendi que um jornalista, para ser isento, devia de ouvir ambas as partes. Pelos vistos para esse semanário, apenas a versão de uma das partes interessava, o que demonstra o quão tendenciosa era a notícia, e que esse semanário, ao contrário do que apregoa, não é “independente”… Como nunca fui de me calar, quando tive hipótese, perguntei à directora desse jornal a razão porque não me tinham sequer ouvido, negando-me o direito à defesa. À falta de argumentos, a resposta foi um lacónico “critério jornalístico”. Que critério…
Na sequência dessa notícia, Paulo Edson Cunha fez publicar no seu blogue uma série de comentários alegadamente anónimos, mas cuja publicação foi feita com o seu consentimento, que puseram em causa a minha dignidade pessoal e profissional. Tudo valeu a Paulo Edson Cunha para me denegrir desde afirmações de que “andava mal vestido” até acusações de querer “taxo”, não se inibindo de afirmar que havia sido nomeado “vice-presidente de uma empresa nacional”, tudo porque o Governo do PS nomeou um “Paulo Silva” para vice-presidente da empresa “Baia do Tejo”. Acontece que não sou o único “Paulo Silva” que existe neste País e não fui, e se fosse não aceitaria, nomeado vice-presidente de empresa nenhuma, facto que Paulo Edson Cunha não podia ignorar. Na vida nunca me movi por interesses, na política nunca estive por “taxos”! Se fosse essa a minha preocupação teria certamente aderido a outro Partido político, pois no PCP a política faz-se por ideais e não por compadrios. Para além de denegrir a minha imagem e de devassar a minha vida privada, Paulo Edson Cunha não se inibiu de publicar um comentário em que era afirmado que eu merecia era uma “boa carga de porrada”.
Não sei se Paulo Edson Cunha pensou que, com esse comentário, me amedrontaria, se o pensou enganou-se rotundamente, porquanto face a todos esses comentários apresentei a competente queixa crime contra ele, pois entendo que na politica não vale tudo. Até compreendo o ódio que Paulo Edson Cunha possa ter contra a minha pessoa, porque se o PSD nas ultimas autárquicas perdeu um vereador foi porque descobri que haviam sido contabilizados como sendo do PSD dois votos que o não eram. Mas isso não lhe dá o direito de vir para a praça publica ameaçar-me com uma “boa carga de porrada”, e muito menos lhe dá o direito de ofender e difamar.
Sendo Paulo Edson Cunha advogado, entendi por bem respeitar a deontologia profissional – o mesmo não aconteceu com Paulo Edson Cunha - e foi-lhe dado prévio conhecimento que iria ser apresentada contra ele queixa crime. Por esse facto os comentários difamatórios de imediato terminaram.
Como quem não “deve não teme” e acredito na justiça, nunca me preocupei com a queixa crime que Paulo Edson Cunha apresentou contra mim. Pacientemente esperei que o Tribunal me convocasse para prestar declarações e explicar as afirmações que havia escrito. Sabia que a razão estava do meu lado!
Acontece que em Novembro de 2011 fui convocado para prestar declarações no âmbito da queixa crime que apresentei contra Paulo Edson Cunha. Estranhando ser primeiro convocado para prestar declarações no âmbito dessa queixa, quando a de Paulo Edson Cunha teria entrado em primeiro lugar, decidi voluntariamente deslocar-me ao Ministério Publico do Seixal para saber noticias sobre a queixa crime que teria sido apresentada contra mim. Fui então informado que a mesma havia sido liminarmente arquivada pelo Ministério Publico…
Quanto à queixa crime que apresentei contra Paulo Edson Cunha, a queixa foi aceite pelo Ministério Público, o respectivo inquérito foi aberto e Paulo Edson Cunha constituído arguido e sujeito a medida de coacção que o impede de se ausentar da sua residência por um período superior a cinco dias, sem previamente informar o Tribunal.
É bom que o Drº Paulo Edson Cunha, como arguido, reflicta sobre a sua conduta e conclua que na política deve haver lisura, e que não é difamando, mentindo ou ameaçando com “carga de porrada” que se faz política.

6 comentários:

José Batista disse...

parabens pela sua postura e firmeza na defesa dos seus direitos, que ao fim e ao cabo são direitos de todos nós, quando se trata de afrontas vindas de um individuo candidato e eleito pelo povo. Muito triste è aquele que está na politica e resolve o debate que deve de ser de ideias e de opiniões, com a lei da "porrada" lamentavel quando se trata de um elemento do partido do governo, mas nada que se estranhe pois temos assistido a várias situações deste calibre ao longo dos tempos, eles são assim e sempre assim foram,está nas nossas mãos defender os nossos direitos e liberdades, e a denúncia destes episódios è fundamental para que os enganados ou distraidos se esclareçam e vejam quem defende realmente a liberdade.

Carlos Sousa disse...

Esperemos que no fim o "Sr." Edson Cunha e os seus amigos do PSD e JSD do Seixal mudem a sua perspectiva da politica e o modo como a exercem, pois o povo do Seixal não está para os aturar. Parabéns ao Paulo Silva por não se deixar coagir por ameaças e estou certo que no fim será feita justiça (o que para mim seria ver o Edson condenado a pena de prisão).

Pedro Lago disse...

Parabéns Paulo Silva, a justiça ainda funciona e quando a razão está do nosso lado devemos ir até ao fim. Este tipo de pessoas não lidam muito bem com valores como seriedade e dignidade. O revanchismo e o ódio de classe deste tipo de pessoas leva-os por caminhos que os cega porque julgam que "vale tudo" e por muito que lhes doa Abril, a justiça, a verdade e a dignidade ainda falam mais alto. Parabéns!

Maria do Carmo disse...

Caro Paulo Silva

Hoje chamaram-me a atenção para este seu post.

E por ele conter inverdades, gostaria que me esclarecesse quando e onde é que falou comigo e eu lhe disse essa coisa do «critério jornalistico» do MEU jornal.

A única vez que falámos sobre o assunto, vários meses depois, foi o Paulo Silva que através do meu blogue neste post http://janaoseinao.blogspot.com/2010/09/dossier-flamingo.html,
colocou o assunto, tendo eu na altura respondido que «era indiscutível o seu direito à defesa, mas que poderia ter invocado o Direito de Resposta se assim o entendia. No entanto, todas as suas razões estavam muito bem explícitas nos seus artigos publicados (logo públicos), que foram devidamente referidos no artigo».

Continua a existir muita confusão no seu comentário.
É que no artigo que refere foram feitas todas as referências à sua posição, tornada públicas por si num jornal e no blogue.
A acusação foi feita com base nesses artigos, públicos, não em declarações que necessitassem de ser confirmadas jornalisticamente.

Confirme por favor primeiro o que diz, antes de lançar acusações sobre a independência ou os critérios jornalisticos de um jornal que o senhor não se tem cansado de atacar ao longo dos tempos.
Se calhar porque o critério de «independência jornalística» a que está habituado é aquele que está «dependente» de subsídios camarários em ano de eleições.

Cumprimentos e um Bom Ano
Carmo Torres

Paulo Silva disse...

Exma Senhora Directora
Dª Maria do Carmo Torres

1º Quanto à questão da noticia da queixa crime do Drº Paulo Edson Cunha contra a minha pessoa, vamos analisar a mesma: A noticia tem 5 colunas, sendo que na primeira coluna referem que eu escrevi num blogue um texto intitulado a fraude onde explico “os pontos em que se baseia para as afirmações proferidas” e as restantes 4 colunas são dedicadas a ouvir Paulo Edson Cunha em discurso directo.
2º Ou seja as razões do Drº Paulo Edson Cunha foram transmitidas aos leitores do “Comércio do Seixal”, as minhas razões quem as quiser saber que vá à procura no blogue, sendo que nem referem qual o endereço do mesmo…
3º Foi este “o critério jornalístico” que apenas ouviu uma das partes e mandou os leitores do jornal irem à procura da opinião da outra!
4º Isto demonstra que a única preocupação do Jornal foi promover a minha condenação na “Praça Publica”!
5º Assim se vê que para o “Comércio do Seixal” era “indiscutível o meu direito à defesa”…
6º Senhora directora não esperava uma entrevista no “Comércio do Seixal”, porque nunca andei à espera de entrevistas em jornais, mas da sua afirmação é óbvia das suas intenções…
7º É assim óbvio Senhora Directora que não sou eu que tenho atacado o SEU jornal, mas o SEU jornal que me tem atacado a mim…
8º Quanto ao MEU jornal devo dizer-lhe que o mesmo se chamava “OUTRA BANDA” e fechou há alguns anos…
9º Por falar em independência jornalística fico a aguardar a noticia do SEU Jornal sobre o liminar arquivamento pelo Ministério Público da queixa crime que foi apresentada contra a minha pessoa. é que se a queixa foi noticia de primeira página, o arquivamento devia igualmente o ser…
Com os melhores cumprimentos.

Paulo Silva

Paulo Silva disse...

Ao João Rui e ao anonimo que aqui deixaram comentários tenho a dizer que não aceito que os comentários sejam aproveitados para ofensas pessoais, por isso não publico os mesmos. Aproveito para informar todos os leitores que nunca aceitarei que neste blogue sejam publicados comentários de cariz ofensivo pelo que escusam de perder tempo a escrever os mesmos.